A diretora de Ciências Humanas e Sociais da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Gabriela Ramos, defende que o combate ao racismo vai além das políticas públicas e deve ser uma questão da comunidade. Em entrevista à Agência Brasil, Ramos ressaltou a importância do engajamento da sociedade nesse desafio.
O posicionamento da diretora da Unesco veio em meio à organização do 3º Fórum Global Contra o Racismo e a Discriminação, que acontece em São Paulo, iniciando nesta quarta-feira (29) e com encerramento previsto para sexta-feira (1). O evento reúne acadêmicos, membros da sociedade civil e autoridades governamentais, como a representante para igualdade racial do Departamento de Estado do governo norte-americano, Desiree Cormes Smith.
Entre os temas a serem discutidos, Gabriela Ramos destacou as políticas afirmativas nos Estados Unidos, como as cotas raciais para ingresso nas universidades. Ela ressaltou que as cotas não deveriam causar medo e que a falta de oportunidades históricas precisa ser balanceada com a implementação dessas medidas.
A diretora frisou a importância de assegurar que a oferta de vagas por meio de políticas afirmativas seja acompanhada de políticas de permanência. Ela ainda elogiou a criação do Ministério da Igualdade Racial pelo atual governo brasileiro, pasta ocupada pela ministra Anielle Franco.
Apesar de reconhecer os avanços nesse sentido, Gabriela ponderou que a resolução do problema do racismo não acontecerá da noite para o dia. Ela destacou que o Brasil, assim como outros países, ainda enfrenta grandes desafios nessa área.
Durante o evento, líderes, especialistas e representantes de diversos setores da sociedade se reunirão para discutir estratégias de combate ao racismo e à discriminação. A Unesco visa, por meio do fórum, promover a troca de experiências e a busca por soluções eficazes para reduzir as disparidades sociais e raciais em todo o mundo.
