Os resultados do Pisa, que avalia o conhecimento dos estudantes de 15 anos em diversas disciplinas, mostraram que a distração causada pelo uso de celulares durante as aulas de matemática é uma realidade para a maioria dos jovens. No Brasil, por exemplo, 80% dos alunos afirmaram se sentirem distraídos pelo uso de dispositivos, assim como em outros países como Argentina, Canadá, Chile, Finlândia, Letônia, Mongólia, Nova Zelândia e Uruguai.
Apesar da evidência do impacto negativo, o relatório não recomenda o abandono completo do uso desses dispositivos no ambiente educacional. Em vez disso, sugere que as escolas busquem promover a integração da tecnologia no processo de aprendizagem, mas com o intuito de minimizar o tempo de uso, evitando problemas como desvio de atenção, bullying nas redes sociais e exposição da privacidade dos estudantes.
Porém, o desafio de implementar essas recomendações é enfrentado pelos gestores de educação em diversos países. O relatório destaca que 29% dos alunos da OCDE utilizam smartphones várias vezes ao dia, enquanto 21% os usam quase diariamente ou diariamente na escola.
Uma curiosidade apontada pelo relatório é que, em 13 países, mais de dois terços dos alunos frequentam escolas onde o uso de celular não é permitido, o que não necessariamente resultou em um uso mais responsável dos aparelhos. Ou seja, a proibição do uso de celulares nas escolas pode não ser eficaz na promoção de um comportamento mais responsável em relação ao uso do telefone.
Portanto, o relatório do Pisa de 2022 ressalta a importância de encontrar um equilíbrio na utilização de dispositivos digitais no ambiente escolar, para garantir que a tecnologia seja uma ferramenta auxiliar no aprendizado, sem prejudicar o desempenho acadêmico dos estudantes.