Migrações Internacionais para o Brasil: o Nascimento de 129,8 mil Crianças de Mães Imigrantes no País

O Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), revelou durante um seminário que marca os 10 anos de sua criação que, entre 2013 e 2022, o Brasil registrou o nascimento de 129,8 mil crianças de mães imigrantes. A análise também mostrou que o perfil dos imigrantes que entraram no país mudou significativamente, com a intensificação das migrações de países do Sul Global, em comparação com nações do Norte.

Em 2013, a maioria dos nascimentos de filhos de mães imigrantes estava relacionada às nações da região do Cone Sul, como Bolívia e Paraguai. No entanto, entre 2016 e 2018, as mães haitianas superaram as chinesas, enquanto, posteriormente, as venezuelanas se tornaram as mais representativas no processo migratório.

A Polícia Federal (PF) acompanhou o crescimento exponencial do registro de residência de longo termo e temporárias, que passaram de 105.094 em 2013 para 1,2 milhão em 2022. O relatório destacou que a participação dos migrantes de longo termo passou de 64,2% para 80,8%, indicando que o Brasil é cada vez mais escolhido como local de moradia por essas pessoas.

Além disso, o relatório do OBMigra revelou que 66,3 mil casamentos envolvendo imigrantes foram registrados no Brasil. Os dados mostraram que houve uniões entre brasileiros e imigrantes, bem como entre imigrantes de diferentes nacionalidades. Em relação ao mercado de trabalho, o número de imigrantes no mercado formal passou de cerca de 90 mil em 2013 para 200 mil em 2022. As principais áreas de atuação foram o setor agronegócios, construção civil, e setor de alimentação.

Outro ponto relevante foi a análise das solicitações de reconhecimento da condição de refugiado apresentado à Polícia Federal. Os números e o perfil dos solicitantes mostraram mudanças significativas, com destaque para as solicitações de refúgio de venezuelanos, haitianos, cubanos e angolanos. Por fim, o relatório ressaltou que em 2013, as mulheres contribuíam com apenas 10,5% das solicitações, mas em 2022, a participação feminina alcançou 40%.
Embora os dados apresentados sejam relevantes, é importante ressaltar a necessidade de estudos e políticas públicas que visem a integração e o acolhimento desses imigrantes, garantindo seus direitos e promovendo uma convivência harmoniosa e inclusiva.

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