“Com grande tristeza, escrevi ao primeiro-ministro para apresentar minha renúncia como ministro da Imigração. Não posso continuar no cargo quando estou em profundo desacordo com a orientação da política do governo em matéria de imigração”, escreveu Jenrick na rede social X.
O projeto de lei, que será apresentado nesta quinta-feira ao Parlamento, permitiria classificar Ruanda como um “país seguro” para enviar migrantes que chegassem ilegalmente ao solo britânico. Jenrick esteve ausente durante a apresentação aos parlamentares nesta quarta-feira à tarde desse projeto do ministro do Interior, James Cleverly.
A ex-ministra do Interior, Suella Braverman, pediu a Sunak que ficasse mais longe na luta contra uma imigração “ilegal em massa e descontrolada”, mesmo que isso signifique se afastar dos acordos internacionais. Reino Unido e Ruanda discutiram na terça-feira um novo tratado na tentativa de reviver a controversa proposta de Londres de expulsar migrantes para este país africano, três semanas após o tribunal rejeitar um projeto anterior.
Em 15 de novembro, os juízes superiores do Reino Unido rejeitaram o recurso do governo, decidindo que o Tribunal de Apelação estava certo ao concluir que Ruanda não poderia ser considerado um terceiro país seguro. “Está claro que Ruanda é um país seguro, e estamos trabalhando arduamente para levar adiante esta parceria a fim de deter as embarcações [que cruzam o Canal da Mancha] e salvar vidas”, declarou Cleverly na terça-feira.
A renúncia de Robert Jenrick como ministro da Imigração no Reino Unido desta quarta-feira (6) mostra a tensão dentro do governo conservador em relação à política de imigração. Com pressões da ala mais à direita para uma postura mais rígida em relação à imigração ilegal, a renúncia de Jenrick reflete a divisão interna no governo britânico. A apresentação de um novo projeto de lei que busca enviar migrantes para Ruanda como um “país seguro” complica ainda mais a situação, evidenciando a controvérsia em torno das políticas migratórias do Reino Unido. A questão deve continuar sendo acompanhada de perto, tendo em vista as disputas envolvendo a imigração no país. A renúncia do ministro e a pressão para a postura mais rígida em relação à imigração colocam em evidência as tensões internas e as questões em torno da política migratória no Reino Unido.
