Ministério Público da Guatemala pede anulação de eleições presidenciais e declaração de “ruptura democrática” devido a irregularidades.

Após investigações aprofundadas do Ministério Público da Guatemala, foi determinado que as eleições nas quais Bernardo Arévalo foi eleito são consideradas nulas devido a supostas irregularidades administrativas no primeiro turno. As conclusões do MP apontaram que houve “anomalias na redação das atas finais de encerramento do escrutínio”, o que levou à declaração de que as eleições seriam nulas para presidente, vice-presidente, deputados, corporações e deputados do Parlacen.

A promotora Leonor Morales afirmou que os arquivos finais não foram aprovados pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) e, portanto, não deveriam ter sido utilizados para registrar os resultados. A investigação foi realizada depois que um cidadão fez uma denúncia, o que levou o MP a realizar uma ofensiva judicial contra Arévalo.

Além disso, o MP acusou Arévalo de supostas ilegalidades na formação do partido Semilla em 2018, bem como de um suposto caso de lavagem de dinheiro. Por isso, o MP insistiu que a imunidade do presidente eleito deve ser suspensa.

As acusações do MP são vistas como uma tentativa de impedir a posse de Arévalo, que surpreendeu ao vencer o segundo turno em agosto. Organizações como a OEA reagiram imediatamente para criticar o pronunciamento do MP, afirmando que a tentativa de anular as eleições gerais do presente ano constitui a pior forma de ruptura democrática.

Além disso, o chefe da Promotoria contra a impunidade, Rafael Curruchiche, rejeitou as críticas da comunidade internacional e afirmou que a tentativa de interferir no trabalho do MP é abusiva. As ações do MP contra as eleições também chamaram a atenção para a polarização política no país, com Arévalo liderando protestos contra a corrupção e exigindo a renúncia da procuradora-geral.

A vitória de Arévalo sobre a ex-primeira-dama Sandra Torres foi atribuída às esperanças de mudança que ele gerou com sua promessa de lutar contra a corrupção, o que gerou temores entre poderosos setores políticos tradicionais e empresariais. A situação política na Guatemala continua a ser um tema de interesse e preocupação para a comunidade internacional, à medida que as tensões políticas e as acusações de irregularidades eleitorais persistem. A controvérsia em torno das eleições e as alegações de fraude continuam a ser debatidas e investigadas, com um impacto significativo na estabilidade política do país.

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