Congresso derruba veto do presidente ao projeto de lei do marco temporal das terras indígenas em sessão histórica.

No Congresso Nacional, houve uma reviravolta histórica. Nesta quinta-feira, 14 de dezembro de 2023, parlamentares decidiram derrubar o veto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao projeto de lei do marco temporal das terras indígenas (PL 490/07). Essa decisão significa que os trechos vetados agora serão incorporados à Lei 14.701/23.

Essa lei, que já havia sido julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), busca restringir a demarcação de terras indígenas àquelas já tradicionalmente ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da nova Constituição Federal.

O resultado da votação revela que 321 deputados e 53 senadores optaram por derrubar a maior parte dos itens vetados sobre o assunto, enquanto outros 137 deputados e 19 senadores foram contrários à derrubada desses vetos.

Contudo, alguns vetos foram mantidos, como a possibilidade de a União redirecionar terras indígenas que não atendam à finalidade de reservas, o uso de transgênicos em terras indígenas e regras sobre o contato com indígenas isolados.

O texto aprovado estabelece critérios objetivos para considerar terras ocupadas tradicionalmente, como a comprovação de que, na data de promulgação da Constituição, eram habitadas em caráter permanente, usadas para atividades produtivas e necessárias à preservação dos recursos ambientais e à reprodução física e cultural.

Além disso, o texto aborda também questões relacionadas a bases militares, atividades econômicas e benfeitorias realizadas por ocupantes de terras indígenas, além de regras para o conflito de titulação de propriedade.

Essa medida, que causou grande repercussão, despertou debates acalorados em diferentes setores da sociedade e entre os próprios parlamentares. A decisão de derrubar o veto presidencial representa um marco na luta pela demarcação de terras indígenas e tem implicações consideráveis para o futuro dessas comunidades.

Essa é uma questão crucial que envolve não apenas a proteção do meio ambiente e a preservação das culturas indígenas, mas também a busca por uma abordagem justa e eqüitativa para lidar com questões territoriais que remontam à história do Brasil. A partir de agora, resta acompanhar de perto os desdobramentos e impactos dessa decisão.

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