De acordo com a delegada, a busca por documentos e equipamentos eletrônicos tem o propósito de esclarecer a rede de comando da Braskem, identificando quem mandava, a forma de perfuração das minas, a distância entre elas e até onde podiam ir. Este movimento é uma consequência natural das investigações, que alcançaram um ponto em que medidas mais invasivas se tornaram necessárias para obter dados reais e analisá-los sem influência ou maquiagem.
A operação deflagrada nesta manhã tem como foco a apuração de possíveis crimes cometidos pela Braskem na exploração de uma mina de sal-gema que resultou no afundamento de bairros em Maceió. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, com recolhimento de documentos e equipamentos eletrônicos na sede da empresa.
A investigação busca indícios de que a exploração de sal-gema pela Braskem não seguiu os parâmetros de segurança necessários para garantir a estabilidade das minas e a segurança da população. A exploração, realizada entre 1970 e 2019, causou o afundamento do solo em cinco bairros da capital alagoana, levando 60 mil pessoas a deixarem suas casas.
A Polícia Federal identificou indícios de que a empresa teria apresentado dados falsos e omitido informações das autoridades para manter o funcionamento das minas. Os alvos da investigação poderão responder pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão e outros delitos.
A Braskem afirmou que está à disposição das autoridades e que todas as informações serão prestadas durante o processo. Os nomes dos alvos da operação e a relação de material apreendido durante as buscas foram mantidos em sigilo pela justiça. A operação realizada hoje é resultado das investigações sobre os danos ambientais e sociais causados nos bairros de Maceió, reforçando o compromisso da Polícia Federal em esclarecer e responsabilizar os envolvidos.
