Os microplásticos, derivados da degradação de milhares de tipos de produtos fabricados pelo ser humano, são hoje considerados uma das mais persistentes e onipresentes formas de poluição. E, ao passar pelo Giro do Atlântico Norte, Larry sugou microplásticos do mar e os despejou na forma de chuva, atingindo a remota Terra Nova, a mais de mil quilômetros de distância.
Com ventos de até 250 km/h, o furacão Larry causou tempestades devastadoras e, em setembro de 2021, fez chover plástico na região. A análise que confirmou a ligação entre o furacão e a chuva de microplásticos só foi concluída neste ano. Entre os autores do estudo, está Anna Ryan e seus colegas da Universidade de Dalhousie, no Canadá, que enxergaram a rota do furacão Larry passar por uma área do oceano repleta de microplásticos e seguir em direção à Terra Nova, que era previamente livre desse tipo de poluente. A análise da região antes e depois da passagem do furacão confirmou que ele havia despejado microplásticos no local.
Essa descoberta levanta um alerta sobre a capacidade dos furacões de disseminar poluentes em áreas inesperadas, o que pode ter consequências danosas para a biodiversidade e para o equilíbrio dos ecossistemas. Ela também evidencia a necessidade de se repensar a gestão e disposição de resíduos plásticos, a fim de evitar que acabem sendo lançados e espalhados de maneira descontrolada pelo meio ambiente. Portanto, esse estudo reforça a importância de políticas mais efetivas e práticas para o controle e redução do uso de plásticos, visando à preservação do meio ambiente.