O ano de 2023 ficará marcado como um marco na história em relação às mudanças climáticas. Vivenciamos eventos climáticos extremos, intensificados pelo fenômeno do El Niño. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) descreveu o ano como um mergulho em território desconhecido, no qual diversos acontecimentos extremos ocorreram, como ondas de calor, tempestades, inundações, incêndios, secas, nevascas, ciclones, furacões e tornados.
Entre os destaques do ano, temos o registro de 2023 como o ano mais quente da história. A média da temperatura global alcançou 1,4ºC acima da era pré-industrial, a maior elevação desde o início dos registros. Além disso, tivemos a formação de um El Niño intenso, que fez com que todos os oceanos ficassem acima da média histórica, com especial destaque para o Atlântico Norte, que estava cerca de 2ºC mais quente do que o normal.
A Antártica também foi impactada, registrando o menor nível de gelo marinho desde 1979. Isso influenciou tanto correntes marinhas quanto o clima em todo o mundo. O continente sofreu com a morte em massa de pinguins-imperadores, que dependem do gelo marinho para reprodução.
O calor intenso também foi marcante em diversas regiões. Phoenix, no Arizona, por exemplo, registrou 55 dias com temperaturas iguais ou superiores a 43ºC, levando as pessoas a sofrerem queimaduras graves ao tocar o asfalto quente. As ondas de calor também afetaram a China, a Europa e a América do Norte, atingindo picos de até 52,2ºC na China e 48,2ºC na Itália.
Os desastres naturais também foram intensos. O ciclone Daniel provocou inundações e tornados na Grécia, Bulgária e Turquia, deixando cidades inteiras cobertas de lama. Nos Estados Unidos, foi registrado o maior número de tornados da história, principalmente no sul e meio-oeste do país.
Além disso, incêndios florestais atingiram o Canadá, cobrindo o céu de laranja e afetando a qualidade do ar em diversas cidades dos EUA. No Havaí, um incêndio florestal deixou quase 100 mortos, surpreendendo a todos, já que não se acreditava que uma região tropical e úmida como o Havaí pudesse sofrer com esse tipo de desastre.
Por fim, os extremos de frio causados pelo aquecimento global também foram impactantes. Na Rússia e no nordeste da China, foram registradas temperaturas de até -62,7ºC e -50,8ºC, respectivamente.
O saldo final de 2023 foi de prejuízos bilionários. A China, por exemplo, enfrentou a tempestade mais cara de sua história, com mais de 15 bilhões de dólares em prejuízos.
Diante de cenário tão impactante, passar por eventos como inundações, tornados, furacões, incêndios e ondas de calor representou um novo desafio aos países mais afetados, evidenciando que as mudanças climáticas deixaram de ser um problema futuro, e se tornaram o presente de uma nova era climática.
