Incra reconhece território quilombola de comunidade Soledade em Serrano do Maranhão, garantindo direito de permanência a 50 famílias resistindo ao regime escravocrata.

No município de Serrano do Maranhão, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu pouco mais de 707 hectares como território quilombola, onde vive a comunidade Soledade. O reconhecimento, publicado no Diário Oficial da União, assegura a 50 famílias o direito de permanecer nas terras onde resistiram ao regime escravocrata e mantém até hoje suas tradições e cultura.

A medida também determina o início do processo de análise para reconhecimento dos agricultores familiares remanescentes de quilombo como beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária. Com a criação do assentamento, a partir do mapeamento da Superintendência Regional do Incra no Maranhão, as famílias terão acesso a mais políticas públicas que viabilizem as atividades de uso sustentável do território.

A comunidade de Soledade, além da agricultura familiar, tem a subsistência na pesca desde as primeiras famílias chegaram à região por volta de 1840. Em 2016, Soledade foi reconhecida como comunidade quilombola pela Fundação Cultural Palmares, após constituir a Associação da Comunidade Quilombola dos Negros Pequenos Produtores Rurais da Região da Soledade e iniciar o processo junto ao Incra pela titularidade das terras.

Mais tarde, em novembro de 2019, a comunidade foi a primeira no estado a ter o território reconhecido pelo Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma). Atualmente, no município, outras três comunidades quilombolas já possuem o título concedido pelo estado: Santo Antônio, São Benedito e Deus Bem Sabe.

O reconhecimento do território quilombola é uma vitória para a comunidade Soledade, que há anos luta pelo direito de permanecer nas terras onde suas tradições e cultura estão enraizadas. A publicação no Diário Oficial da União é um passo importante para assegurar a proteção e o acesso a políticas públicas que viabilizem o uso sustentável do território, garantindo assim a preservação das tradições e modos de vida dessa comunidade.

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