Teatro dos Correios é reaberto com novo nome em homenagem à atriz Léa Garcia, com peça de vencedor do Prêmio Shell.

A Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro anunciou a reabertura do Teatro dos Correios, localizado no centro do Rio de Janeiro, com um novo nome: Teatro Correios Léa Garcia, homenageando a atriz falecida no ano passado. O teatro será reaberto para convidados no dia 11 de janeiro, e para o público em geral nos dias 13, 20, 21, 27 e 28 de janeiro. Os ingressos para as apresentações custarão R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e poderão ser adquiridos tanto na plataforma Imply como na bilheteria física do local.

A peça escolhida para marcar a reabertura do teatro é “Macacos”, que conta com texto, direção e atuação do vencedor do Prêmio Shell, Clayton Nascimento, e é recomendada para maiores de 12 anos.

A parceria entre os Correios e a prefeitura do Rio possibilitou a reabertura do teatro, que estava fechado desde 2018 e passou por reformas para melhorias na parte cenotécnica e instalação de ar-condicionado.

Durante entrevista à Agência Brasil, o secretário Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Marcelo Calero, informou que a parceria prevê que a secretaria assuma a gestão do teatro por um ano, podendo ser renovada. O teatro possui 185 lugares e não possui fosso para orquestra, mas permite outras expressões artísticas, como a dança.

O objetivo da gestão é priorizar a inclusão de grupos minorizados e refletir a produção cultural negra no Rio de Janeiro, além do combate ao racismo, que é uma das diretrizes de trabalho da Secretaria de Cultura. O Muhcab (Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira) também está sob a gestão da secretaria.

O teatro, inaugurado em 1994 junto com o Centro Cultural Correios, possui um significado histórico e cultural para a cidade. O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, destacou que a conservação e o uso do local serão de responsabilidade da secretaria, em parceria com os Correios.

A atriz Léa Lucas Garcia de Aguiar (1933-2023) será homenageada com o nome do teatro, devido ao seu papel fundamental na inclusão dos negros na arte brasileira. A atriz foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes, na França, em 1957, por sua atuação no longa “Orfeu Negro”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro. Léa Garcia foi uma das precursoras do processo de inclusão do negro nos palcos brasileiros e teve uma grande importância para a representatividade negra na arte. Este teatro será um espaço para celebrar a cultura negra e fornecer visibilidade, voz e palco a grupos que enfrentam dificuldades de inserção no circuito nacional do teatro.

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