Essa medida representa um marco para a comunidade, que durante anos enfrentou dificuldades relacionadas à posse da terra. Reconhecida pela Fundação Cultural Palmares em 2007 como uma comunidade com ancestralidade na população que resistiu ao sistema escravocrata brasileiro, Santa Fé demorou quase 10 anos para ter suas terras tituladas, o que só aconteceu em dezembro de 2016, e os títulos só foram entregues em agosto de 2017.
A história de Santa Fé remonta a 1888, com a publicação da Lei Áurea. Após a libertação, grupos de ex-escravizados que trabalhavam em uma usina em Cáceres, Mato Grosso, migraram para a região, onde estabeleceram suas tradições e formas de subsistência. No entanto, ao longo dos anos, enfrentaram uma série de conflitos relacionados à posse da terra, incluindo expulsões por grileiros e invasões para especulação fundiária, o que resultou na redução do território ocupado.
A inclusão das famílias no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra) representa um passo significativo para a comunidade. A partir de agora, os beneficiários terão acesso às políticas públicas voltadas à posse e uso da terra, associadas ao desenvolvimento rural sustentável e à promoção social.
A comunidade quilombola de Santa Fé representa a luta e a resistência de uma população que enfrentou desafios durante muitos anos. Agora, a inclusão no Plano Nacional de Reforma Agrária representa uma conquista que pode trazer benefícios significativos para as famílias que ali residem. Este é um passo importante rumo à garantia dos direitos e à melhoria da qualidade de vida dos quilombolas de Santa Fé.
