O político, que é filho do primeiro presidente democrático da Guatemala, prestará juramento para um mandato de quatro anos em uma sessão solene no Congresso, no Teatro Nacional, sob proteção policial e militar.
Arévalo surpreendeu ao avançar para o segundo turno presidencial em junho e derrotar sua oponente conservadora com 60% dos votos, com base em sua proposta anticorrupção.
No entanto, desde então, Arévalo e seu partido, Movimento Semilla, enfrentaram uma forte ofensiva judicial, que o presidente eleito declarou ser um “golpe de Estado” liderado pela elite política e econômica que tem governado o país por décadas. A iniciativa foi criticada por instituições como ONU, OEA, União Europeia e Estados Unidos, que anunciaram sanções contra centenas de promotores, juízes e deputados por “corrupção” e “minar a democracia”.
Para demonstrar suporte ao novo presidente, a posse de Arévalo contou com a presença do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, representantes dos Estados Unidos, o rei da Espanha, Felipe VI, e outros líderes, como os presidentes do Chile e da Colômbia.
Arévalo substitui o direitista Alejandro Giammattei, vinculado ao chamado “pacto de corruptos”, e a Guatemala que ele herda ocupa um alto índice de corrupção, além de ter uma alta taxa de pobreza.
Apesar do desafio de governar em meio a uma elite criminosa e um congresso majoritariamente formado por políticos tradicionais, Arévalo espera cumprir sua promessa de promover mudanças e combatendo a corrupção. A população guatemalteca manifesta esperança e a estudante universitária Hellen Chua declara que, embora não espere uma mudança total, espera que o novo presidente cumpra o que prometeu.
Bernardo Arévalo foi criado em diversos países da América Latina, no exílio de seu pai após o golpe em 1954, é poliglota, amante do xadrez e pai de três filhas. Agora, enfrentará o desafio de concretizar a promessa de combate à corrupção e superar as manobras judiciais que tentaram invalidar sua vitória eleitoral.