Betadinutuximabe pode ser incorporado ao SUS para tratamento de neuroblastoma de alto risco, beneficiando famílias de crianças com a doença.

Famílias de crianças com neuroblastoma, um tipo de tumor maligno, estão aguardando com esperança o resultado da análise do medicamento betadinutuximabe, também conhecido como Qarziba, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Esta semana, o laboratório farmacêutico Recordati submeteu o remédio à avaliação da Conitec, o que pode significar uma esperança para crianças que necessitam do tratamento e têm dificuldade de acesso ao medicamento de alto custo.

O prazo para a análise da Conitec é de 180 dias, podendo ser prorrogado por mais 90 dias. Se aprovado, o medicamento poderá fazer parte do sistema público de saúde e atender as crianças com neuroblastoma de alto risco. Atualmente, o tratamento com betadinutuximabe só é possível na rede privada, mesmo com a autorização da Anvisa em 2021.

O Qarziba, de acordo com o laboratório Recordati, é indicado para pacientes a partir dos 12 meses, que já passaram por quimioterapia de indução e alcançaram pelo menos uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células-tronco. Além disso, pode ser utilizado em pacientes com história de recidiva ou neuroblastoma refratário, com ou sem doença residual.

Segundo o laboratório, a imunoterapia anti-GD2 tem sido recomendada por agências internacionais de avaliação de tecnologias de saúde em diversos países, demonstrando a eficácia do medicamento. A expectativa é de que o remédio possa aumentar a sobrevida e reduzir o risco de falhas nos tratamentos anteriores.

O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer infantil mais recorrente e representa de 8% a 10% de todos os tumores infantis. Estima-se que surjam 387 novos casos no Brasil por ano, com metade deles classificados como neuroblastoma de alto risco.

As famílias enfrentam dificuldades para ter acesso a esses medicamentos de alto custo, muitas vezes recorrendo a vaquinhas para conseguir arrecadar os recursos, já que o pedido a planos de saúde ou à rede pública, por meio da Justiça, é demorado. O ministério da Saúde também manifestou interesse em avaliar a incorporação de novos medicamentos para o tratamento da neuroblastoma no SUS, mostrando preocupação com o acesso da população aos tratamentos de saúde.

Caso o betadinutuximabe seja aprovado pela Conitec, representará uma importante conquista para as famílias que enfrentam essa realidade e têm suas esperanças renovadas com a possibilidade de acesso ao tratamento para o neuroblastoma. A ciência e a medicina continuam evoluindo para oferecer alternativas eficazes no combate ao câncer infantil e trazer alívio para tantas famílias que sofrem com essa doença.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo