Ouvidoria das Polícias de SP solicita policias militares envolvidos na Operação Escudo a utilizarem câmeras corporais

A Ouvidoria das Polícias de São Paulo emitiu um pedido aos policiais militares envolvidos nas novas fases da chamada Operação Escudo para que usem câmeras corporais. De acordo com o ouvidor das polícias, Cláudio Silva, a solicitação foi enviada ao governo de São Paulo na tarde de terça-feira (23). O objetivo dessa medida é de proporcionar mais tranquilidade e segurança para as pessoas que vivem e trabalham nesses territórios, além de garantir segurança jurídica para a atuação dos policiais.

Além disso, um ofício foi enviado ao Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Estadual, solicitando que as ações sejam acompanhadas presencialmente. A Operação Escudo é lançada sempre que um agente de segurança do Estado sofre um ataque, visando restabelecer a ordem e a sensação de segurança da população.

Um dos acontecimentos que motivou as recentes ações das forças de segurança foi a morte da policial militar Sabrina Romão, em Parelheiros, zona sul da capital paulista. Para a polícia, o crime se tratou de um roubo seguido de morte, da mesma forma que outro caso ocorrido em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

No entanto, há preocupação em relação a esse tipo de operação, seguindo o modelo utilizado em Guarujá, no litoral paulista, no ano passado, que resultou na morte de 28 pessoas em 40 dias. A socióloga Giane Silvestre, pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), defende que a lógica de enfrentamento não é efetiva para a proteção dos policiais e pode deixá-los mais vulneráveis a ataques.

Ela enfatiza a importância de atuar com foco na prevenção, por meio de investigações qualificadas, para evitar que operações policiais resultem em um grande número de pessoas mortas. No ano passado, a Defensoria Pública de São Paulo identificou diversos indícios de abusos durante a execução da operação, como o número de disparos realizados e a forma como as mortes foram justificadas.

Diante desse cenário, a solicitação para que os policiais militares usem câmeras corporais visa fornecer um registro claro e transparente de todas as ações, garantindo a segurança tanto dos agentes de segurança quanto da população. A transparência e publicidade das operações são fundamentais para assegurar a legalidade e eficácia das ações policiais.

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