Greve geral na Argentina paralisa o país e encara desafios ao governo de Javier Milei – Entenda as tensões políticas e econômicas.

Nesta última quarta-feira, o governo do presidente argentino, Javier Milei, enfrentou a primeira greve geral convocada pela Central Geral de Trabalhadores (CGT), principal sindicato do país, juntamente com outras organizações, movimentos sociais e partidos políticos de esquerda. O principal motivo da greve foi a discordância com o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) aprovado pelo presidente em dezembro passado, e o projectado de “lei ônibus”, que deve ser votado semana que vem no Congresso.

De acordo com os organizadores, a greve contou com a adesão de cerca de 1,5 milhão de pessoas em todo o país, incluindo 350 mil na cidade de Buenos Aires, apesar de o governo estimar em apenas 40 mil presentes. A previsão original do governo era de que a Câmara votasse a lei ônibus nesta quinta-feira, mas a falta de apoio por parte da oposição a vários dos pontos do projeto obrigou a Casa Rosada a adiar a sessão.

Uma das medidas que enfrentam mais resistência é a manutenção e elevação, em alguns casos, dos tributos às exportações de grãos, as retenções. Modificações na fórmula de cálculo das aposentadorias também são questionadas por partidos que dizem estar dispostos a apoiar o governo, mas exigem mudanças no projeto. Milei já aceitou algumas mudanças, como a redução do período em que o governo solicita poderes extraordinários ao Parlamento.

A greve paralisou parcialmente o país. O setor de transportes funcionou normalmente até às 19h, os bancos até o meio-dia, e na capital vários comércios ficaram abertos. Mais importante do que a paralisação parcial durante grande parte do dia, foi a mobilização nas ruas do centro de Buenos Aires e de várias cidades do país.

As lideranças sindicais enviaram recados diretos aos deputados e senadores. A greve foi um sinal da insatisfação dos setores prejudicados pelos projetos de Milei após a surra eleitoral sofrida pelo peronismo nas eleições presidenciais de 2023.

A política argentina atual se parece um jogo de xadrez. A jogada dos sindicatos mostrou que os setores prejudicados pelos projetos de Milei estão se organizando. O governo impediu o bloqueio de pontes de acesso à capital argentina, mas não conseguiu conter a maré humana que tomou conta da Praça do Congresso, onde discursaram os sindicalistas.

O governo e os sindicatos estão em pé de guerra por reformas que modificam o mercado de trabalho e eliminam benefícios tributários, entre outras medidas. A marcha foi uma demonstração de força expressiva, mas não está claro se terá impacto nas votações no Parlamento.

Diante disso, fica a incerteza sobre o desfecho desse embate e alguns especialistas apontam que a situação de tensão entre o governo de Milei e os sindicatos pode se prolongar nas próximas semanas.

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