Polícia Federal investiga venda de informações de autoridades a facções do crime organizado em operação ‘I-Fraude’ em cinco Estados.

Nesta quarta-feira, 31, a Polícia Federal realizou buscas em endereços de cinco estados do Brasil, em uma operação que visa investigar a venda de informações pessoais de autoridades a facções do crime organizado. Segundo informações da PF, os dados confidenciais de agentes públicos teriam sido acessados por meio da invasão de bancos de dados de sistemas federais. A quadrilha responsável por este esquema teria montado um painel de informações que contava com pelo menos dez mil assinantes, sendo que a média de consultas mensais às informações pessoais roubadas era de dez milhões. Além disso, foram identificados até mesmo integrantes das forças de segurança como usuários do painel ilegal.

A operação, denominada ‘I-Fraude’, cumpriu mandados em São Paulo (3), Pernambuco (1), Rondônia (2), Minas Gerais (4) e Alagoas (1). Autorizada pela 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal, a ação também impôs medidas cautelares alternativas à prisão aos investigados. A investigação da PF mira supostos crimes de invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A polícia informou que a investigação teve início após a identificação da invasão de bancos de dados de sistemas federais, onde foram encontradas informações pessoais de milhares de cidadãos. A quadrilha sob suspeita vendia acesso a um painel de consulta com as informações de ‘inúmeras autoridades e pessoas publicamente conhecidas’, o que era divulgado nas redes sociais. De acordo com os investigadores, os alvos da operação comercializavam planos de mensalidades, de acordo com o número de consultas que seriam realizadas no banco de dados.

Além disso, a investigação revelou que entre os usuários do painel ilegal estavam integrantes de facções criminosas e membros das forças de segurança, que acessavam o painel gratuitamente em troca de enviar uma foto de sua carteira funcional à quadrilha. Com isso, os investigados conseguiram um cadastro com fotos de milhares de servidores da segurança pública, que também forneciam esses dados na plataforma ilegal.

A PF alertou para o problema da utilização e comercialização de sistemas de pesquisa ilícitos, que incentivam a intrusão em bancos de dados, em especial de órgãos públicos, fomentando a ação de grupos especializados nesse tipo de crime.

Esta é uma investigação em andamento e a Polícia Federal continuará trabalhando para identificar os responsáveis e coibir esse tipo de atividade ilegal, que coloca em risco a integridade e segurança de dados pessoais de autoridades e cidadãos comuns. A operação ‘I-Fraude’ é um exemplo do compromisso das autoridades em proteger a sociedade contra crimes cibernéticos e esquemas ilegais de obtenção e comercialização de informações pessoais.

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