25.000 indígenas da Amazônia colombiana correm risco de ficar sem alimentos devido a ameaças das Farc

Cerca de 25.000 pessoas estão enfrentando um momento delicado em comunidades indígenas na Amazônia colombiana. A situação se tornou ainda mais preocupante devido às ameaças de dois grupos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As comunidades localizadas nos municípios de Solano e Milán, no sudoeste, correm o risco iminente de ficar sem alimentos devido às restrições de mobilidade nos rios Orteguaza e Caquetá.

Conforme relatou o governador de Caquetá, Luis Francisco Ruiz, a falta de acesso terrestre tem prejudicado principalmente duas comunidades indígenas próximas da tríplice fronteira entre Colômbia, Equador e Peru. A situação tem causado preocupação devido à escassez de alimentos e à limitação de movimentação de suprimentos na região.

Segundo Ruiz, nos últimos dez dias, apenas duas barcaças conseguiram entregar alimentos não perecíveis, que foram distribuídos no centro urbano do município de Solano e em comunidades próximas. No entanto, a movimentação do transporte comercial na região é quase inexistente, o que agrava a situação das comunidades indígenas.

Diante desse cenário, organizações indígenas fizeram um apelo ao governo de Gustavo Petro em busca de soluções imediatas para os constantes atos de confinamento, ameaça e perturbações à livre mobilidade das comunidades na região. O governador também solicitou a intervenção das forças de segurança pública, enfatizando a necessidade de controle sobre o rio Caquetá.

Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, está empenhado em buscar alternativas para acabar com décadas de conflito armado por meio do diálogo com grupos rebeldes. O acordo de cessar-fogo vigente até julho agora se torna ainda mais crucial diante da tensa situação enfrentada pelas comunidades indígenas.

A região é palco de confrontos entre o Estado-Maior Central (EMC) e a Segunda Marquetalia, dois grupos dissidentes das Farc, que acrescentam ainda mais instabilidade à situação delicada. Ao todo, cerca de 25.000 pessoas estão confinadas e enfrentam a possibilidade de ficar sem alimentos em meio a esse cenário de incerteza, o que requer uma ação urgente por parte das autoridades.

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