Em entrevista à Agência Brasil, a médica ressalta a importância dos pais estarem atentos aos sinais que a criança pode apresentar, como cansaço durante a amamentação, desconforto respiratório, cianose, infecções respiratórias de repetição, dificuldade de ganhar peso e sudorese excessiva. Esses são sintomas que podem sinalizar a presença de uma doença cardíaca e que exigem atenção e assistência médica.
Isabela Rangel destaca que, em alguns casos, a cardiopatia congênita requer correção cirúrgica, que pode precisar ser feita ainda na primeira infância. E diante do grande desafio de diagnóstico e tratamento, o acompanhamento médico pode ser necessário ao longo de toda a vida da criança. A distribuição geográfica desigual dos centros de referência de cardiologia e cirurgia cardíaca no Brasil é apontada como um fator que dificulta o acesso dos pacientes a esses centros especializados, retardando o diagnóstico da doença.
Além disso, a presença de cardiopatia congênita pode afetar não apenas a saúde cardíaca da criança, mas também seu crescimento, desenvolvimento motor, cognitivo e neurológico. Alterações no comportamento, déficit de atenção e hiperatividade também podem ser observados. Isso faz com que a manutenção da saúde dessas crianças necessite de cuidado por parte de uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de contribuir para a melhora da qualidade de vida desses pacientes.
Desde sua fundação, em 1996, o Projeto Pro Criança Cardíaca já atendeu 15.531 pacientes, realizando 119 cirurgias de alta complexidade no ano passado. As cirurgias são realizadas no Hospital Pediátrico Pro Criança Jutta Batista, administrado pela Rede D’Or. Além dos procedimentos cirúrgicos, o projeto também oferece suporte através da distribuição de cestas básicas, medicamentos, consultas e exames. A atuação do projeto tem sido fundamental no auxílio às crianças e adolescentes com cardiopatia, contribuindo para a melhoria de suas condições de saúde.
