A mulher em questão é Jennifer Crumbley, de 45 anos, que juntamente com seu esposo James, de 47, é acusada de ter comprado a arma usada pelo filho no ataque. Esta situação é considerada inédita nos tribunais americanos, já que é a primeira vez que pais de um atirador enfrentam acusações nos Estados Unidos pelas ações de seu filho.
Ethan Crumbley, de 17 anos, foi condenado à prisão perpétua pelo ataque à escola secundária Oxford no qual quatro estudantes morreram. Os pais são acusados de terem comprado a arma para o adolescente, apesar das advertências de que ele tinha problemas mentais. O pai, James Crumbley, também deverá ser julgado separadamente no mês de março.
Durante as alegações finais, a promotora Karen McDonald pediu ao júri que declare Jennifer Crumbley culpada em quatro acusações de homicídio involuntário, uma para cada vítima. Por outro lado, a advogada de defesa Shannon Smith sustentou que a mãe não pode ser acusada pelos atos de seu filho problemático, questionando se “cada pai pode realmente ser responsabilizado por tudo o que seus filhos fazem?”.
Durante o julgamento, Jennifer Crumbley declarou que seu esposo tinha comprado a arma dias antes do ataque, como um presente antecipado de Natal, e que ela levou o rapaz a um estande de tiro. Ela afirmou que seu esposo era o encarregado de guardar a arma em casa e que somente estava previsto que o adolescente a utilizasse no estande apropriado.
No dia do ataque, os pais foram chamados à escola de seu filho depois que uma professora se alarmou ao encontrar um desenho violento na escrivaninha de Ethan. O desenho foi mostrado aos pais e eles foram aconselhados a buscar ajuda especializada para o adolescente. Contudo, o casal supostamente se recusou a levá-lo para casa, e Ethan retornou para a sala de aula, onde mais tarde saiu atirando com a arma que levava em sua mochila.
Diante dessa narrativa complexa, o júri se debruça sobre a responsabilidade dos pais diante das ações de seu filho e as consequências legais que devem ser aplicadas a Jennifer e James Crumbley. O desfecho desse julgamento promete dar continuidade a um debate crucial sobre casos de violência armada e o papel dos pais na prevenção de ações extremas por parte dos filhos.