De acordo com o Ministério de Segurança Pública do Panamá, houve quatro mortes confirmadas, sendo duas mulheres, dois homens, e um dos mortos era menor de idade. As autoridades reduziram a equipe para verificar o número de ocupantes do barco danificado, mas confirmaram que havia 27 migrantes, a maioria deles afegãos, e que dois continuam desaparecidos.
O diretor-geral do Serviço Nacional de Fronteiras (Senafront), Jorge Gobea, detalhou que a maioria dos migrantes a bordo da embarcação era de nacionalidade afegã, o que indica que a situação desafiadora do Afeganistão está levando muitos de seus cidadãos a buscarem refúgio em outros países.
As autoridades panamenhas estão mobilizadas em um intenso trabalho de busca e resgate das pessoas desaparecidas e para recuperar os corpos sem vida que ficaram encalhados nas falésias próximas a Punta Carreto. O comunicado do Ministério de Segurança reconhece que o mau tempo costuma ser uma variável constante na perigosa travessia de migrantes pelas águas da região, enfatizando que a temporada de furacões e tempestades pode ampliar os riscos para quem busca migrar clandestinamente.
A tragédia é um reflexo da realidade enfrentada por migrantes que utilizam o Panamá como parte de uma rota perigosa em direção aos Estados Unidos, enfrentando dificuldades como a travessia da selva de Darién, onde enfrentam desafios como ondas, transbordamento de rios, animais perigosos e grupos criminosos. Em 2023, mais de meio milhão de migrantes entraram no Panamá através da selva de Darién, um recorde anual que incluiu 120 mil menores de idade, destacando os perigos que muitos migrantes enfrentam em busca de segurança e oportunidades. O perigo de tal jornada foi mais uma vez evidenciado pelo trágico naufrágio da embarcação com prevalência de migrantes afegãos, reforçando a urgência de abordar as causas subjacentes desse fenômeno global.