Uma nova pesquisa conduzida pela Associated Press e pelo Norc Center for Public Affairs Research revela que 31% dos adultos americanos são a favor de uma proibição nacional do uso do TikTok, enquanto 35% se opõem a essa ação. Outros 31% dos adultos permanecem neutros em relação à proibição dessa plataforma de mídia social, que é de propriedade da ByteDance, empresa sediada em Pequim.
As discussões sobre a possível proibição do TikTok ganharam destaque nos Estados Unidos no início do ano passado, após autoridades levantarem preocupações de que a empresa poderia ser coagida a compartilhar dados de usuários com o governo chinês. No entanto, até o momento, nenhuma evidência específica que apoie essa hipótese foi apresentada pelo governo americano ou pelos críticos do TikTok.
Apesar de aderir ao aplicativo, a campanha presidencial de Biden afirmou que está utilizando um celular separado especificamente para o TikTok, buscando isolar o aplicativo de outras comunicações e garantir medidas adicionais de proteção. No entanto, a decisão foi alvo de críticas por parte de alguns republicanos, especialmente considerando que, no ano anterior, o governo Biden havia proibido o uso da rede social por agências federais.
A pesquisa da AP-Norc revela que os usuários do TikTok, a maioria dos quais é mais jovem (cerca de 170 milhões nos EUA), demonstram menos preocupação com o compartilhamento de dados por parte do aplicativo, em comparação com os adultos em geral. Cerca de um quarto dos usuários diários afirmam estar “extremamente ou muito preocupados” com a possibilidade de o governo chinês acessar suas informações pessoais, enquanto cerca de 50% dos adultos americanos expressam essa preocupação.
O analista da Wedbush Securities, Dan Ives, enfatiza que essa divisão geracional coloca os políticos americanos em uma situação delicada, entre adotar um tom “rígido” em público e efetivamente restringir o aplicativo, o que poderia ter consequências negativas.
O TikTok, por sua vez, defendeu vigorosamente sua operação desde o início das acusações, afirmando que nunca compartilhou dados com o governo chinês e que não o fará se solicitado, além de prometer isolar as informações em uma entidade administrada independentemente da ByteDance e monitorada por observadores externos. A rede social também alega que os novos dados de usuários americanos estão sendo armazenados em servidores mantidos pela empresa de software Oracle.
O porta-voz do TikTok, Alex Haurek, ressaltou que os políticos de ambos os partidos deveriam reconhecer o progresso feito pela plataforma na proteção dos dados dos usuários americanos, destacando que a empresa está à frente de qualquer outra do setor nesse sentido.
Em resumo, a utilização do TikTok pela campanha presidencial de Joe Biden representa uma estratégia para alcançar os eleitores mais jovens, mas os debates em torno da proibição do aplicativo continuam a inflamar opiniões divergentes entre os adultos nos Estados Unidos. Com implicações políticas e de segurança, a questão do TikTok continua a ser tema de relevância nos meios de comunicação e nos círculos políticos.