De acordo com as autoridades chinesas, a embarcação com quatro tripulantes virou na quarta-feira nas imediações das ilhas Kinmen, quando era perseguida pela guarda-costeira de Taiwan. Dois dos tripulantes acabaram morrendo afogados, enquanto os sobreviventes foram presos.
Em resposta ao incidente, Gan Yu, porta-voz da guarda-costeira chinesa, anunciou que a guarda-costeira de Fujian reforçará sua presença policial no mar e realizará patrulhas periódicas nas águas do entorno de Xiamen e Kinmen.
A China expressou sua “enérgica condenação” pelo ocorrido e instou as autoridades de Taiwan a libertarem os sobreviventes da tripulação. Já as autoridades de Taiwan, por sua vez, responsabilizaram a China pelo incidente, alegando que o barco estava “em águas proibidas” na costa das ilhas Kinmen, um território administrado por Taiwan que está situado a poucos quilômetros da cidade chinesa de Xiamen.
A China e Taiwan estão separadas “de fato” desde o fim da guerra civil em 1949, quando as tropas comunistas derrotaram as nacionalistas, que deixaram o continente. No entanto, Pequim considera Taiwan uma província que faz parte de seu território e proclama sua intenção de recuperá-la mais cedo ou mais tarde, usando a força se necessário.
O líder do Partido Democrático Progressista (PDP) de Taiwan, Lai Ching-te, considerado por Pequim como um “separatista”, venceu as eleições presidenciais de janeiro na ilha. O incidente marítimo acontece em um momento de aumento das tensões no Estreito de Taiwan. O presidente chinês Xi Jinping tem reiterado nos últimos anos sua vontade de uma “reunificação” da China e Pequim vem aumentando a pressão militar sobre o arquipélago.
Esse episódio reacende a tensão entre os dois países, que já têm divergências históricas e políticas. A morte dos pescadores chineses e as alegações de ambos os lados sobre a responsabilidade do incidente certamente influenciarão as relações entre China e Taiwan no futuro próximo.
