De acordo com a acusação apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), Ronnie Lessa realizou dez importações ilegais de peças e acessórios bélicos entre 2017 e 2018. O material poderia ser utilizado para montar fuzis, armas de airsoft e de pressão a gás. Entretanto, apenas quatro dessas importações foram confirmadas como passíveis de condenação, uma vez que a Justiça considerou que não há provas suficientes nos outros seis casos.
A juíza responsável pela decisão, Fernanda Resende Djahjah Dominice, ressaltou que, como ex-policial militar, Lessa deveria proteger e evitar a prática de crimes, além de ter plena consciência da necessidade de autorização prévia para o ingresso desse tipo de material em território nacional. No entanto, optou por importá-los ilegalmente. Dominice ainda enfatizou que as consequências do crime são extremamente graves, uma vez que o acusado importava tais componentes com o objetivo de efetuar a montagem de armas de fogo que seriam inseridas na clandestinidade, representando uma grave ameaça à segurança pública.
Além de Ronnie Lessa, sua filha Mohana Figueireiro Lessa também respondia ao processo, acusada de participar de três das dez importações. Segundo o MPF, ela recebia em casa os artefatos comprados pelo pai na internet, trocava a embalagem dos produtos e os enviava para o Brasil sem indicar com precisão o conteúdo da encomenda. No entanto, a Justiça decidiu absolver Mohana de todas as acusações por entender que não há provas suficientes do conhecimento dela sobre o crime.
Com a sentença, Ronnie Lessa terá que cumprir sua pena em regime semiaberto, enquanto aguarda o julgamento pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.
