Os deslocamentos ocorreram justamente quando o Programa Mundial de Alimentos (PAM) da ONU interrompeu a entrega de alimentos na região norte, descrevendo cenas de caos, saques, multidões famintas e tiroteios nos últimos dias. A região norte de Gaza foi atingida durante quatro meses por intensos bombardeios e os confrontos contínuos entre as forças israelenses e os combatentes do Hamas prejudicaram seriamente a entrega de ajuda humanitária.
O PAM suspendeu as entregas nas últimas três semanas devido a preocupações com a segurança e, no domingo, tentou reiniciar as entregas. No entanto, suas equipes se depararam com “multidões de pessoas famintas” cercando o primeiro comboio que se dirigia para a Cidade de Gaza. Como resultado, os trabalhadores humanitários foram forçados a se defender de pessoas que tentavam subir nos caminhões.
O Programa Mundial de Alimentos emitiu um comunicado ressaltando que a desnutrição aguda havia aumentado na parte norte do enclave, o que evidencia a queda vertiginosa de Gaza em direção à fome. A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) também suspendeu a entrega de comboios na região, após ter sido atacada pelas forças israelenses no centro do enclave.
Este cenário desolador é agravado pela escassez generalizada de alimentos e água, juntamente com a preocupação de que nenhum lugar em Gaza seja realmente seguro. A situação levou a um “desespero sem precedentes” e a um iminente risco de fome para a população local. À medida que mais civis precisam se deslocar em busca de segurança e sobrevivência, é fundamental que a segurança e a proteção dos cidadãos sejam garantidas.
Neste contexto, a ordem de deslocamento dada pelos militares israelenses para os dois bairros da Cidade de Gaza, em direção à área ao redor de al-Mawasi, levanta questionamentos sobre o que está por vir. A movimentação do exército israelense, somada à interrupção das entregas de ajuda humanitária, mostra que é preciso um esforço conjunto para garantir a segurança e o bem-estar da população afetada. A comunidade internacional está atenta a esse dramático quadro e é fundamental que medidas emergenciais sejam tomadas para aliviar o sofrimento da população civil em Gaza.
