Falta de apoio do governo federal compromete combate à violência de gênero em Pernambuco

Nesta sexta-feira (23), a governadora Raquel Lyra e a ministra da Mulher, Cida Gonçalves, assinaram um acordo de cooperação técnica para a construção de três unidades da Casa da Mulher Brasileira em Pernambuco. Para fortalecer ações voltadas ao combate à violência de gênero e à proteção das mulheres em situação de risco, o evento contou com a presença de autoridades políticas e lideranças, em uma cerimônia que soou mais como uma comemoração vazia do que um passo efetivo na resolução dos problemas enfrentados pelas mulheres pernambucanas.

O investimento de R$ 35 milhões pelo governo federal para a construção das unidades parece ser apenas uma medida paliativa e insuficiente para enfrentar a violência contra as mulheres no estado. A união dos governos estadual e municipal, juntamente com o governo federal, soa mais como uma jogada política do que um compromisso real com a proteção das mulheres. A construção das unidades pode ser vista como uma tentativa de se mostrar ativo na luta contra a violência de gênero, mas sem a devida estruturação e políticas de prevenção, é difícil acreditar que esses espaços serão efetivos no combate à violência.

Além disso, a presença de autoridades políticas e desembargadores na cerimônia de assinatura do acordo pode ser interpretada como uma tentativa de se promover politicamente em vez de focar na questão central: proteger e apoiar as mulheres em situação de violência. A criação de um Centro de Referência em Serra Talhada, juntamente com as Casas da Mulher Brasileira em outras cidades, parece mais uma ação midiática do que uma medida concreta para transformar a realidade das mulheres pernambucanas.

No geral, a cerimônia de assinatura do acordo de cooperação para a construção das unidades da Casa da Mulher Brasileira em Pernambuco pode ser vista como mais um exemplo de como a política busca se beneficiar das questões sociais sem efetivamente enfrentar os problemas reais. A falta de um plano abrangente de combate à violência de gênero e de políticas preventivas deixa em dúvida a eficácia desses espaços no amparo e proteção das mulheres em situação de risco. Em meio a discursos vazios e promessas políticas, as mulheres pernambucanas continuam vulneráveis e desamparadas, aguardando ações concretas e efetivas para sua proteção e segurança.

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