Parlamentares solicitam criação de comissão externa para investigar ataques a indígenas Pataxó na Bahia após assassinato de líder religiosa

Um grupo de parlamentares solicitou a formação de uma comissão externa na Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações dos ataques sofridos pelos povos indígenas Pataxó e Pataxó Hã Hã Hãe no Sul da Bahia. O pedido foi feito na semana passada e vem em resposta ao assassinato da pajé Maria Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, e ao atentado contra outros indígenas, incluindo o cacique Nailton Muniz Pataxó, que ocorreram no território indígena Caramuru-Catarina Paraguassu.

As autoridades locais confirmaram a prisão de dois fazendeiros por porte ilegal de arma, sendo ambos considerados suspeitos do homicídio. Diante desse cenário de violência contra os povos indígenas, a deputada Célia Xakriabá, do Psol-MG, ressaltou a importância do Parlamento agir e não se calar diante dessa situação. Segundo ela, a recente onda de violência é resultado do marco temporal que tem sido discutido no país.

A reserva Caramuru-Catarina Paraguassu foi criada em 1926 e destinada aos povos Pataxó e Tupinambá, porém, ao longo dos anos, fazendeiros invadiram e expulsaram a maioria dos indígenas do local. A luta pela posse das terras tradicionais tem sido constante por parte dos indígenas, especialmente após a aprovação da lei do marco temporal, que restringe a possibilidade de reivindicação de terras indígenas a aquelas ocupadas até a promulgação da Constituição de 1988.

A comissão externa proposta pelos parlamentares visa garantir uma investigação necessária para combater a violência no Sul da Bahia e impedir que essa situação se espalhe para outros estados do Brasil. Com a mobilização de diferentes partidos políticos, a expectativa é de que ações concretas sejam tomadas para proteger os direitos e a segurança dos povos indígenas ameaçados na região.

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