O tom mais duro da nota, segundo fontes internas, foi determinado por Vieira, o qual solicitou que o texto abordasse não apenas o recente ataque aos palestinos em busca de ajuda humanitária, mas toda a crise em curso na região. Autoridades palestinas afirmam que mais de 100 pessoas foram mortas por Israel durante a entrega caótica de assistência na Faixa de Gaza, com mais de 760 feridos contabilizados.
Inicialmente, houve certa cautela em Brasília para evitar entrar em uma guerra de narrativas acusatórias entre as partes envolvidas, porém, a declaração de Itamar Ben-Gvir, ministro de Segurança Nacional de Israel, comemorando a ação militar contra a multidão, foi considerada inaceitável pelo governo brasileiro. Dessa forma, a nota produzida buscou alertar para toda a tragédia humanitária em desenvolvimento, destacando a insuficiência da ajuda chegando à Faixa de Gaza e a interrupção de verbas para os refugiados palestinos.
A situação se intensificou com a Jodânia e outros parceiros internacionais coordenando entregas aéreas de suprimentos, em meio a crescentes restrições e protestos de grupos de ajuda. Porém, parte dos alimentos lançados caiu no mar, levando palestinos desesperados a tentar recuperá-los na água. Nos bastidores, autoridades destacam a fragilidade das ações e os riscos envolvidos nesse tipo de logística.
Durante uma viagem à África, Lula já tinha conhecimento do agravamento da crise humanitária em Gaza e, em declaração polêmica, comparou a situação à morte de judeus por Hitler, gerando uma crise diplomática com Israel. Apesar do temor de possíveis represálias por parte do país, o principal objetivo do governo brasileiro com a nota foi denunciar os graves episódios em andamento na região, buscando efetivas mudanças e um cessar-fogo para a população civil em Gaza.