Os pesquisadores brasileiros Julio Croda, Margareth Dalcolmo e Marcus Lacerda realizaram o estudo em três cidades do Brasil: Campo Grande (MS), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ). O levantamento faz parte do ensaio clínico Brace, com BCG randomizado, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e que abrangeu outros quatro países além do Brasil.
Os pesquisadores concluíram que a revacinação de adultos com BCG não é recomendada, pois não garante proteção contra a infecção por Mycobacterium tuberculosis. O estudo envolveu 2 mil profissionais de saúde, dos quais mil foram revacinados com BCG e mil não receberam a vacina. Os resultados mostraram que a chance de infecção foi igual nos dois grupos, evidenciando a ineficácia da revacinação.
A pesquisa reforça a necessidade de desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose em todo o mundo. O Brasil, inclusive, está em fase inicial de pesquisa de uma nova vacina contra a doença. O país precisa de vacinas mais eficazes para proteger grupos de risco, como profissionais de saúde, populações privadas de liberdade, indígenas e portadores de HIV/Aids.
A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabela Balladai, ressaltou a importância da vacinação precoce com BCG em crianças, pois protege contra as formas graves da tuberculose. O estudo também destacou a invalidade da recomendação de reforço de imunização com BCG aos 10 anos, ressaltando que a vacina não protege contra a tuberculose pulmonar.
Diante disso, o estudo da Fiocruz enfatiza a importância de investimentos em pesquisas para o desenvolvimento de novas vacinas contra a tuberculose, a fim de ampliar a proteção e prevenir a doença em diferentes grupos de risco.