O grupo decidiu se instalar no local em outubro de 2021, em um movimento de retomada da aldeia, buscando garantir direitos assegurados aos povos indígenas, como acesso à terra para plantio, educação diferenciada e proteção das nascentes. Merong relatou em um vídeo divulgado pela União Nacional Indígena (UNI) que a ideia de retomar o território surgiu após negativas de direitos fundamentais durante a pandemia de covid-19.
A morte do cacique, que apresentava sinais de enforcamento, chocou a comunidade e gerou suspeitas de assassinato, apesar do registro da polícia como suicídio. Frei Gilvander Moreira, amigo de Merong, afirmou que o líder indígena tinha planos para ampliar a luta dos povos originários. Ainda não foi descartada nenhuma linha de investigação, e a Polícia Federal está envolvida nas apurações.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a deputada federal indígena Célia Xakriabá (PSOL) e outras organizações lamentaram a morte de Merong e destacaram a importância de investigar o ocorrido com rigor. O povo pataxó-hã-hã-hãe, ao qual Merong pertencia, tem sido alvo de violência, com casos recentes de assassinatos de lideranças indígenas na região da Bahia.
Merong era um ativista engajado na luta pela garantia dos direitos e territórios indígenas, e seu legado de resistência e mobilização deve ser preservado. Sua morte reforça a necessidade de proteção e respeito às comunidades indígenas, que continuam enfrentando desafios e violações em todo o país. A investigação sobre as circunstâncias da morte do cacique deve ser conduzida com máxima seriedade e transparência para que a justiça seja feita em respeito à sua memória e à luta dos povos indígenas.