No incidente do dia 5 de janeiro, um painel de um Boeing 737 Max 9 operado pela Alaska Airlines se desprendeu no ar, expondo os passageiros ao ar externo em altitudes elevadas. Embora não tenham ocorrido ferimentos graves, a situação poderia ter sido catastrófica caso o painel se soltasse em uma altitude mais elevada.
A investigação preliminar realizada pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes indicou que a aeronave pode ter saído de fábrica sem o plugue do painel devidamente fixado. Esse episódio se junta a uma série de problemas enfrentados pela Boeing nos últimos anos, incluindo acidentes fatais envolvendo o modelo 737 Max 8.
Em março de 2021, a Boeing concordou em pagar mais de US$ 2,5 bilhões em um acordo com o Departamento de Justiça dos EUA para encerrar uma acusação criminal relacionada aos acidentes fatais do 737 Max 8. Contudo, críticos apontam que o acordo foi considerado leniente, especialmente por não ter envolvido as famílias das vítimas.
Recentemente, a empresa informou ao Congresso que não conseguiu encontrar registros relacionados ao incidente do painel solto. A busca por documentos que detalhassem o trabalho de remoção e reinstalação do painel não obteve sucesso, levantando questionamentos sobre a transparência da Boeing em relação aos processos de manutenção e segurança.
A explosão no voo da Alaska Airlines reforça a fragilidade nas práticas da Boeing, levando a Administração Federal de Aviação a intensificar inspeções na fábrica de produção do modelo 737 Max. A empresa também terá que desenvolver um plano para melhorar o controle de qualidade, após uma auditoria identificar falhas nesse aspecto.
Em resumo, a investigação criminal em curso contra a Boeing representa mais um capítulo de uma série de incidentes e controvérsias que afetaram a reputação e a segurança dos produtos da empresa. Resta acompanhar de perto as conclusões desse processo investigativo para entender as responsabilidades da fabricante de aeronaves em relação aos incidentes recentes.