Além do exame de creatinina, os debatedores também destacaram a necessidade de controlar a pressão arterial e o diabetes, pois essas condições descontroladas são responsáveis por 70% dos casos de doença renal crônica que levam à diálise no Brasil. Atualmente, cerca de 157 mil brasileiros realizam diálise e estima-se que anualmente 148 mil novos pacientes necessitem desse tratamento.
O deputado Vinicius Carvalho, autor do requerimento para a sessão solene, enfatizou que a diálise se torna a única opção para pacientes com problemas renais irreversíveis, antes de um possível transplante de rim. Ele ressaltou que o procedimento é realizado em média três vezes por semana, durante quatro horas, demandando um grande esforço por parte dos pacientes, que muitas vezes precisam percorrer longas distâncias para ter acesso ao tratamento.
Apesar de 83% dos tratamentos de diálise serem realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), apenas 7% dos municípios brasileiros têm clínicas especializadas. A falta de acesso adequado ao tratamento foi apontada como um grande desafio a ser superado. O deputado também questionou a ausência do exame de creatinina nos protocolos de saúde pública do Ministério da Saúde, destacando a importância da detecção precoce das doenças renais.
Em resposta, o coordenador-geral de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Danilo Campos da Luz e Silva, disse que a realização do exame de creatinina em unidades básicas de saúde é uma prioridade e que medidas estão sendo tomadas para incentivar essa prática. Ele ressaltou a importância de estabelecer diretrizes e protocolos para atenuar a progressão da doença renal crônica.
A sessão solene ocorreu em comemoração ao Dia Mundial do Rim, celebrado anualmente na segunda quinta-feira do mês de março. A data visa conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde renal e promover a prevenção de doenças nesse órgão vital.