O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo dos depoimentos, trazendo à tona informações impactantes sobre os bastidores do governo anterior. Freire Gomes relatou que uma minuta de golpe foi apresentada a ele por Filipe Martins, ex-assessor presidencial, em uma reunião na biblioteca do Alvorada. Além disso, foi revelado que houve uma segunda reunião na qual uma versão revisada da minuta incluía a decretação de um Estado de Defesa no país.
Baptista Júnior também confirmou a presença em reuniões onde Bolsonaro discutia a possibilidade de utilizar institutos jurídicos complexos, como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e a decretação do Estado de Defesa, para solucionar crises institucionais. Outro ponto destacado nos depoimentos foi a contratação do Instituto Voto Livre (IVL) para fiscalizar as urnas eletrônicas após o segundo turno das eleições de 2022.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, confirmou que apresentou uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o resultado das urnas, motivado pelo ex-presidente. No entanto, Costa Neto afirmou que não encontrou indícios concretos de fraude nas urnas no relatório do IVL. Ainda, o general da reserva Laercio Vergilio mencionou a importância da prisão de Moraes para a normalidade no país, mas negou ter participado de atos para efetivar o plano.
Os depoimentos acrescentam mais um capítulo conturbado à política nacional, expondo a fragilidade das instituições diante de possíveis golpes e conspirações. As revelações trazem à tona a tentativa de manipulação do sistema eleitoral e o uso ilegal de institutos jurídicos para a manutenção do poder. Resta agora às autoridades competentes investigar a fundo essas denúncias e tomar as medidas necessárias para proteger a democracia brasileira.