CCJ da Câmara dos Deputados aprova projeto para atividade agrária em campos nativos e gerais, gerando polêmica ambiental

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que gerou polêmica e dividou opiniões entre os parlamentares. A proposta, apresentada pelo deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) e que altera o Código Florestal, permite a atividade agrária em campos de altitude, campos gerais e campos nativos, desde que exista uma ocupação antrópica preexistente a julho de 2008.

De um lado, defensores da medida argumentam que as áreas em questão já são utilizadas por agricultores para diversas finalidades, como criação de gado, cultivo de vegetais, entre outras atividades. Segundo o relator da matéria, Lucas Redecker, não faz sentido proibir a agricultura em locais que já são utilizados pelo homem.

Por outro lado, críticos como o deputado Bacelar (PV-BA) e o presidente da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), alertam para os impactos negativos que a proposta pode causar em biomas como a Mata Atlântica, o Pantanal e o Cerrado. Eles destacam a importância da preservação dessas áreas para a biodiversidade e para a regulação do clima.

A discussão se intensificou na CCJ, com acusações mútuas entre os parlamentares que apoiam e os que são contrários ao projeto. Enquanto Alceu Moreira (MDB-RS), autor da proposta, criticou os opositores chamando-os de “ambientaloides”, Tatto afirmou que a aprovação da medida significaria um grande prejuízo para importantes ecossistemas do país.

Apesar das controvérsias, o projeto foi aprovado em caráter conclusivo na CCJ, o que significa que seguirá para análise no Senado, a menos que haja um recurso para votação em Plenário na Câmara dos Deputados. A discussão sobre a regulamentação do uso e conservação dos campos de altitude, campos gerais e campos nativos promete continuar sendo tema de debate entre ambientalistas, parlamentares e a sociedade civil nos próximos meses.

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