Mosquitos fêmeas do Aedes aegypti se agregam em grupos para encontrar o melhor local para depositar ovos, indica pesquisa.

Uma nova pesquisa publicada na prestigiosa revista Nature revelou um comportamento inusitado entre as fêmeas do Aedes aegypti, o temido mosquito transmissor da dengue. De acordo com o estudo, esses mosquitos têm o hábito de se reunir em pequenos grupos na busca pelo espaço ideal para depositar seus ovos, visando assim aumentar as chances de reprodução da espécie.

Nas investigações realizadas, os pesquisadores descobriram que o Aedes aegypti não costuma depositar ovos de forma isolada e nem em criadouros superlotados. Por meio de testes, foi identificado que eles usam a comunicação olfativa para detectar os locais com excesso de outras fêmeas, ou seja, aqueles mais densos.

Os achados desta pesquisa abrem caminho para o desenvolvimento de métodos mais eficazes no controle da população do Aedes aegypti. Segundo o artigo elaborado pelos especialistas da Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, foi observado que esses mosquitos controlam a densidade de ovos depositados, reunindo-se em grupos apenas quando há até 30 fêmeas presentes.

O estudo também apontou que a dispersão entre os mosquitos aumenta em criadouros com 60 ou 90 indivíduos, evidenciando que a superlotação prejudica a proliferação da espécie. Além disso, foi revelado que o dióxido de carbono (CO2) atua como um repelente durante a postura dos ovos, sendo detectado pelas fêmeas para identificar criadouros mais cheios.

Essas descobertas ganham relevância diante da atual situação epidemiológica no Brasil. De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país registrou mais de 2 milhões de casos prováveis de dengue nas 11 primeiras semanas de 2024, com 682 mortes confirmadas e mais de mil em investigação. O coeficiente de incidência da doença é alarmante, superando as diretrizes da Organização Mundial de Saúde para epidemias.

Diante desse cenário preocupante, as conclusões da pesquisa sobre o comportamento reprodutivo do Aedes aegypti podem contribuir significativamente para o controle e prevenção da dengue, oferecendo novas perspectivas no combate a essa grave doença transmitida pelo temido mosquito.

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