Delegado preso por obstrução em caso Marielle foi nomeado chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro sob investigação do general Braga Netto.

O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foi preso neste domingo (24) pela Polícia Federal (PF) em sua casa, localizada em um condomínio no bairro de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro. Barbosa tinha sido nomeado para o cargo de chefe da Polícia Civil em 8 de março de 2018, durante a intervenção federal na segurança pública do estado, e tomou posse cinco dias depois, na véspera do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O decreto de nomeação foi assinado pelo general Walter Braga Netto, então comandante da intervenção no Rio.

O nome de Rivaldo Barbosa havia sido contraindicado pela área de inteligência da Polícia Civil na época de sua nomeação, mas o general Braga Netto manteve a decisão de nomeá-lo para comandar a instituição. Braga Netto, que posteriormente se tornou ministro chefe da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro, está atualmente sendo investigado por suposto envolvimento em um planejamento de golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Barbosa é suspeito de receber propina para obstruir as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco, tendo supostamente recebido cerca de R$ 400 mil para evitar o avanço das apurações sobre o crime. O ex-policial militar Ronnie Lessa afirmou em delação à PF que Barbosa tinha conhecimento do crime e garantiu impunidade aos envolvidos.

Além disso, Barbosa teria plantado informações falsas durante as investigações, como a falsa informação de que delegados da PF haviam encontrado uma testemunha da execução de Marielle. Em uma reunião com parlamentares do PSOL, partido de Marielle Franco, o ex-chefe da Polícia Civil garantiu que as investigações estavam seguindo o caminho correto.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur e político com carreira no Rio de Janeiro, afirmou em suas redes sociais que Barbosa foi a primeira pessoa com quem ele entrou em contato após saber do assassinato de Marielle e Anderson. Freixo destacou que Barbosa, agora preso, teria atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem.

Em meio a essas acusações e investigações, Rivaldo Barbosa permanece preso e enfrenta suspeitas de corrupção, obstrução da justiça e envolvimento em um crime que chocou o país. A população aguarda por respostas e por justiça no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, enquanto o ex-chefe da Polícia Civil do Rio se vê envolvido em um escândalo que abala as estruturas da segurança pública no estado.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo