Com uma renda familiar mensal de apenas R$ 1.600, proveniente de seu trabalho como auxiliar de cozinha, Lucas reside em Gravatá, no Agreste pernambucano, com sua esposa e filha pequena. Sem condições financeiras para arcar com um representante jurídico, ele buscou auxílio na DPU de Caruaru, município vizinho.
A saga de Lucas teve início em 2022, quando ele foi aprovado no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação (MEC) para ingresso no primeiro semestre, mas teve a matrícula como cotista negada pela comissão de avaliação PcD da universidade. O argumento era de que seu diagnóstico não se enquadrava como deficiência conforme a lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Atualmente no terceiro período do curso, Lucas destaca a importância de frequentar uma universidade federal, ressaltando que sempre acreditou que a vida tinha um propósito e uma perspectiva. Para ele, as conquistas não se limitaram à luta contra a doença renal crônica.
Após a Defensoria Pública Federal entrar com uma ação, o Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF-5) confirmou a decisão de matricular Lucas na UFPE, reconhecendo sua condição de pessoa com deficiência. O estudante, que enxerga a educação como uma terapia para lidar com sua enfermidade, celebrou a oportunidade de continuar seus estudos e acreditou que a vida lhe reserva mais conquistas.
Por fim, a vitória de Lucas reforça a importância da inclusão e da garantia dos direitos das pessoas com deficiência, sendo uma inspiração para muitos que enfrentam desafios semelhantes em busca de seus objetivos.