O oncologista Shivan Sivakumar, da Universidade de Birmingham, descreveu essa situação como uma verdadeira “epidemia” que começou há décadas. Um estudo publicado em 2023 pela BMJ Oncology revelou que a taxa de diagnósticos de câncer nessa faixa etária aumentou em cerca de 80% entre 1990 e 2019, em todo o mundo.
Esse fenômeno é mais evidente em países desenvolvidos e tem refletido no aumento do número de mortes por câncer entre os mais jovens, com um aumento de 28% nas últimas três décadas. Casos emblemáticos, como o do ator Chadwick Boseman, que faleceu aos 43 anos vítima de um câncer agressivo, destacam a gravidade da situação.
Os cânceres gastrointestinais, como cólon, esôfago e fígado, têm sido os mais detectados entre os mais jovens. Especialistas apontam para a obesidade como um dos principais fatores de risco, que teve um aumento significativo a partir da década de 1980.
Apesar de não haver um consenso sobre as causas desse aumento nos casos de câncer entre os mais jovens, pesquisadores têm levantado hipóteses, como a exposição a novos carcinógenos e mudanças nos padrões de saúde e estilo de vida.
Especialistas recomendam a detecção precoce como uma medida essencial para combater essa tendência preocupante, e esperam que casos como o da princesa de Gales sensibilizem os mais jovens sobre a importância de estar atento aos sinais do corpo e buscar ajuda médica quando necessário. A conscientização e a prevenção são fundamentais para lidar com essa situação alarmante da saúde pública.