América Latina e Caribe enfrentam pior temporada de dengue devido a El Niño e mudanças climáticas, alerta Opas

A América Latina e o Caribe estão enfrentando uma grave crise de dengue, com um total de 3,5 milhões de casos registrados até o momento neste ano. Essa situação alarmante é resultado de uma combinação perigosa entre o fenômeno El Niño e as mudanças climáticas que têm favorecido a propagação do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a região está prestes a enfrentar a pior temporada de dengue já registrada. Até 26 de março, mais de 3,5 milhões de casos da doença foram confirmados nas Américas, levando a mais de 1.000 mortes. O aumento significativo em comparação com o ano anterior é um motivo de grande preocupação, pois representa um crescimento de três vezes no número de casos.

Os países mais afetados até o momento são do Cone Sul, com o Brasil liderando com 81% dos casos, seguido pelo Paraguai com 6% e Argentina com 3,4%, totalizando 92% de todos os casos e 87% das mortes. Esse aumento se deve principalmente ao padrão sazonal da dengue, que ocorre principalmente durante os meses mais quentes e chuvosos.

Além disso, fatores sociais, como o rápido crescimento populacional, urbanização não planejada, habitações precárias e saneamento inadequado, têm contribuído para a propagação da doença. A melhor forma de controle é a eliminação dos criadouros de mosquitos, que estão presentes em cerca de 80% das residências.

Barreiras ambientais e sociais têm desempenhado um papel crucial nesse cenário alarmante. O aumento das temperaturas e eventos climáticos extremos têm contribuído para a proliferação do mosquito vetor, aumentando o risco de transmissão da dengue. Novas tecnologias, como a utilização de bactérias, estão em estudo como uma possível arma futura contra a doença, mas ainda não são amplamente utilizadas.

Diante desse contexto preocupante, medidas urgentes de prevenção e controle da dengue precisam ser implementadas para evitar uma crise ainda maior na região. A conscientização da população sobre a importância da eliminação dos criadouros de mosquitos e a adoção de medidas de higiene e saneamento são fundamentais para combater essa epidemia.

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