Investigação do NetLab da UFRJ revela mais de 981 anúncios ilegais nas redes sociais da Meta envolvendo o STF e o Ministério da Justiça.

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério da Justiça foram alvos de uma série de anúncios ilegais veiculados nas redes sociais da empresa Meta, incluindo Facebook, Instagram e WhatsApp, totalizando pelo menos 981 anúncios. Esses anúncios, veiculados entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, continham fraudes, ataques diretos e exploração das imagens dos ministros e das instituições para vender produtos e serviços, de acordo com uma pesquisa do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (NetLab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A maior parte dos anúncios continha fraudes (810), visando ampliar a desconfiança e o descrédito em relação ao judiciário. Os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, e Gilmar Mendes foram os mais citados nos anúncios fraudulentos. Além disso, houve investimento de pelo menos R$ 85.510,58 em 13 estados diferentes para promover esses conteúdos, com 99 páginas e perfis responsáveis pelos anúncios.

O público-alvo desses anúncios ilegais eram principalmente homens acima de 45 anos, mas também havia um número significativo de mulheres entre 18 e 34 anos. O NetLab destacou a microsegmentação utilizada pelas plataformas digitais para direcionar esses anúncios, o que facilita golpes e fraudes.

A Meta, empresa responsável pelas redes sociais onde os anúncios foram veiculados, afirmou que está sempre aprimorando sua tecnologia para combater atividades suspeitas e recomendou que as pessoas denunciem qualquer conteúdo que acreditam violar suas políticas. O estudo apontou a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa no setor para garantir a segurança dos usuários e a transparência nas plataformas.

O pesquisador Carlos Eduardo Barros do NetLab ressaltou a importância das plataformas verificarem os conteúdos veiculados e disponibilizarem dados para que a sociedade e o poder público possam fiscalizar esses ambientes online. A empresa Meta afirmou que está cooperando com as autoridades brasileiras, como o Ministério da Justiça, para reduzir a incidência de conteúdos fraudulentos em suas plataformas.

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