A situação escalou nesta sexta-feira, quando membros do sindicato e grupos de esquerda foram até a sede do Ministério da Economia para exigir a reversão da medida, mas encontraram o acesso bloqueado pela polícia. A ATE reivindica que Milei divulgue uma lista dos funcionários que foram removidos de seus cargos públicos sob a justificativa de “não prestação de serviços”.
Rodolfo Aguiar, secretário geral do sindicato, declarou que, caso o governo não atenda às demandas, será necessário reintegrar e realizar o pagamento imediato da remuneração aos demitidos. A tensão entre o governo e os sindicatos está aumentando, com grupos de ex-trabalhadores tentando ocupar ministérios em Buenos Aires e sendo reprimidos pelas forças de segurança.
A crise desencadeada pelas demissões em massa de servidores públicos levou à renúncia da ex-subsecretária de Trabalho, Mariana Hortai Sueldo. Enquanto isso, Milei segue firme em sua política de cortes, orientando seus ministros a continuarem a redução de postos de trabalho nos próximos meses.
Diante desse cenário, os sindicatos argentinos ameaçam convocar uma segunda greve geral contra o governo de Milei. Mesmo com a popularidade do presidente em torno de 48% a 50%, a insatisfação dos trabalhadores e das lideranças sindicais é evidente. O sindicato dos caminhoneiros, por exemplo, já anunciou a possibilidade de paralisação em caso de não aprovação de um acordo de reajuste salarial.
Enquanto o governo busca reduzir os gastos públicos, os sindicatos lutam para proteger os direitos dos trabalhadores afetados pelas demissões. A crise política e social na Argentina parece longe de chegar a um fim, com as tensões entre os diferentes setores da sociedade cada vez mais evidentes.