O diretor de Conhecimento e Tecnologia da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), Remígio Todeschini, destacou que esses números contemplam apenas as mortes de trabalhadores formais, com carteira assinada. Ele ressaltou que muitos trabalhadores informais, como os que atuam em aplicativos, não são contabilizados nessas estatísticas, sendo um grupo vulnerável a acidentes de trabalho.
Além das mortes, houve um aumento de 11,7% no número de acidentes laborais típicos que não resultaram em óbito, passando de 354.084 para 418.684 casos no mesmo período. Os acidentes de trajeto também apresentaram uma elevação de 16%, indo de 108.150 em 2016 para 125.505 em 2022.
No total, os casos de acidentes típicos, incapacidade permanente, doenças ocupacionais, mortes e acidentes de trajeto totalizaram 656.667 ocorrências em 2022, marcando um aumento de 10,6% em comparação com 2016.
Para reverter esse cenário preocupante, Todeschini ressaltou a importância da vigilância e cobrança constante das normas de segurança no ambiente de trabalho, a implementação de programas de gerenciamento de riscos e a participação ativa dos trabalhadores nas comissões internas de prevenção de acidentes.
Segundo ele, é necessário focar em políticas de promoção, proteção e prevenção de acidentes, ao invés de se basear apenas em medidas compensatórias e indenizatórias. A participação efetiva dos trabalhadores nesse processo é fundamental para garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os colaboradores.