Apesar desse crescimento significativo, a distribuição dos médicos pelo território brasileiro ainda é desigual. Enquanto no Distrito Federal há uma média de 6,31 médicos por mil habitantes, superando em muito a média nacional, estados como Maranhão e Pará apresentam índices bem abaixo da média, com 1,26 e 1,39 médicos por mil habitantes, respectivamente.
Por região, o Sudeste se destaca como a região com maior concentração de médicos, com uma média de 3,76 profissionais por mil habitantes. Já o Norte do país apresenta a menor proporção de médicos, com apenas 1,73 profissionais por mil habitantes, representando apenas 4,8% do total de médicos do país, apesar de abrigar 8,6% da população.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, ressalta a necessidade de políticas públicas voltadas para a redistribuição dos médicos pelo território nacional, visando diminuir as desigualdades regionais no acesso à saúde. Ele também destaca a importância de incentivos que atraiam os profissionais para regiões mais carentes de assistência médica.
O crescimento do número de médicos no Brasil, que mais que quadruplicou desde a década de 1990, não ocorre sem críticas. O CFM reconhece que a qualidade da formação médica tem sido questionada, especialmente com o aumento vertiginoso do número de profissionais. Gallo alerta que, mantendo-se o ritmo de crescimento atual, o país terá uma densidade médica superior à média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em poucos anos.
A distribuição desigual dos médicos, a qualidade da formação e a necessidade de melhorar a infraestrutura de saúde e as condições de trabalho dos profissionais são desafios a serem enfrentados para garantir o acesso igualitário à saúde em todo território nacional. Medidas e políticas eficazes são necessárias para garantir que o aumento no número de médicos reflita diretamente na melhoria do sistema de saúde no Brasil.