Pacientes de edema macular diabético clamam por melhorias no SUS em audiência na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira

Na tarde desta quinta-feira, durante uma reunião da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, médicos e representantes de entidades médicas alertaram sobre os desafios enfrentados pelos pacientes de edema macular diabético (EMD) no Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo eles, algumas necessidades fundamentais não estão sendo atendidas pelos protocolos clínicos do SUS, o que tem prejudicado o tratamento e a prevenção da doença.

A retinopatia diabética, complicação do diabetes mellitus, é considerada a principal causa de cegueira em pessoas em idade produtiva. Quando as lesões ocorrem na mácula, região central da retina, provocam o edema macular, que pode levar à cegueira se não for diagnosticado e tratado precocemente. Os tratamentos para o EMD incluem injeções intravítreas, fotocoagulação a laser e colírios de corticoides.

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O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas em Retinopatia Diabética (PCDT) recomenda medicamentos intravítreos e, às vezes, fotocoagulação a laser. No entanto, alguns grupos de pacientes não se beneficiam desses tratamentos e necessitam de um implante, que não está disponível no SUS. O deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), que solicitou a audiência pública, ressaltou a necessidade de atualização dos protocolos clínicos do SUS para preservar a visão e a qualidade de vida dos pacientes.

O Brasil ocupa a sexta posição no ranking de países com mais casos de diabetes. Estima-se que em 2021, 15,7% da população adulta entre 20 e 79 anos no país tinha diabetes, e até 2045, a projeção é de que 23,2% da população esteja diagnosticada com a doença. No entanto, o acesso ao tratamento adequado para complicações como a retinopatia diabética ainda é um desafio, principalmente para populações do interior, que contam com poucos oftalmologistas e endocrinologistas.

A falta de investimento em prevenção tem preocupado especialistas no assunto. A Coordenadora da Coalizão Vozes do Advocacy, Vanessa Pirolo, ressaltou a importância de trabalhar a prevenção para evitar custos futuros com complicações do diabetes. Segundo ela, os gastos atuais com diabetes já superam 43 bilhões de dólares ao ano, sendo 60% desse valor direcionado para complicações da doença.

Para solucionar o problema, Fernando Korn Malerbi, coordenador do Departamento de Doenças Oculares da Sociedade Brasileira de Diabetes, defende a implementação de um programa amplo e universal de rastreamento da doença, mas ressalta a falta de sensibilidade de clínicos gerais e endocrinologistas em encaminhar pacientes diabéticos para oftalmologistas. A prevenção e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para evitar complicações oculares relacionadas ao diabetes e garantir a qualidade de vida dos pacientes.

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