Entidades denunciam redução de disciplinas de Filosofia e Sociologia na Educação Básica após Reforma do Ensino Médio e criticam nova proposta legislativa.

Na última quinta-feira (11), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados foi palco de um debate acalorado sobre a redução na oferta das disciplinas de filosofia e sociologia na educação básica. Diversas entidades ligadas a professores e estudantes denunciaram os impactos da Reforma do Ensino Médio de 2017 nesse cenário, criticando também pontos da nova proposta de reforma em análise no Senado.

Durante a audiência, Rafaela Reis de Oliveira, dirigente da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais (ABECS), ressaltou a importância dessas disciplinas para a formação cidadã dos alunos. Ela salientou que os conteúdos de filosofia e sociologia são cobrados em exames como o Enem, sendo essenciais para o acesso ao ensino superior.

A presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Luiza Martins, relatou a dificuldade dos alunos da rede pública em ter acesso a esses conteúdos, criticando a escassez de aulas nessas matérias em diversos estados brasileiros.

Já a presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil (Aproffib), Neuza Peres, defendeu o ensino da disciplina ao longo de toda a vida estudantil, argumentando que a filosofia é fundamental para o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo dos alunos.

A deputada Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP), articuladora da audiência, anunciou a elaboração de uma “Carta ao Senado” para influenciar a votação da reforma do ensino médio. Ela também pretende criar uma Frente Parlamentar em Defesa de Filosofia e Sociologia na Educação Básica.

Christy Gomes Pato, coordenador nacional de estratégia da educação básica do Ministério da Educação (MEC), destacou os esforços do órgão em reconstruir conteúdos curriculares enfraquecidos em governos anteriores. Ele ressaltou a importância do novo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) e do projeto de lei da nova reforma do ensino médio, que reconhecem a relevância de filosofia e sociologia.

Além disso, os debatedores defenderam a realização de concursos públicos para professores dessas disciplinas, visando suprir a carência de profissionais e reduzir a dependência de contratos temporários nas escolas.

O debate evidenciou a urgência em garantir o acesso dos alunos a um ensino de qualidade, que promova o pensamento crítico e reflexivo, essencial para a formação cidadã e o desenvolvimento do país. A importância das disciplinas de filosofia e sociologia foi amplamente reconhecida, gerando um apelo pela preservação e fortalecimento desses conteúdos nas escolas.

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