Comissão de Direitos Humanos aprova proposta que permite cobrança de multa por descumprimento de decisão judicial antes do trânsito em julgado.

Em uma recente sessão da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizada no dia 16 de março, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) teve sua proposta aprovada. O projeto em questão permite a cobrança de multa por descumprimento de decisão judicial antes do trânsito em julgado da ação relacionada ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O relator da proposta, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), emitiu parecer favorável, encaminhando agora o texto para análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Durante a leitura do relatório, feita pela senadora Zenaide Maia (PSD-RN), foi ressaltada a importância da alteração proposta pelo PL 3.126/2021 no ECA (Lei 8.069/1990).

Mara Gabrilli justificou a necessidade da mudança argumentando que o ECA não está alinhado com o Código Civil, que não condiciona o pagamento da multa ao término da ação. A senadora defendeu que é incoerente exigir o cumprimento de uma sentença apenas após o fim do processo, o que muitas vezes levaria a longos atrasos na efetivação dos direitos das crianças e dos adolescentes.

Alessandro Vieira concordou com a senadora, destacando que a proteção da infância e adolescência fica comprometida quando não há a possibilidade de exigir o pagamento da multa desde o descumprimento da decisão. Em suas palavras, a demora na execução das penalidades pode resultar na persistente violação dos direitos dos jovens.

O relator ainda promoveu duas alterações no texto original, deixando claro que a multa será devida a partir do momento em que ocorrer o descumprimento da decisão e perdurará até sua efetivação. Além disso, eliminou a exigência de aguardar 30 dias após o fim da ação para que o Ministério Público inicie a execução das multas não pagas.

Dessa forma, a proposta de Mara Gabrilli busca não apenas agilizar o cumprimento das decisões judiciais relacionadas ao ECA, mas também fortalecer a proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil. O projeto segue agora para a próxima fase de análise na CCJ, com expectativa de contribuir para a garantia efetiva desses direitos.

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