O levantamento intitulado “A cor da infraestrutura escolar: diferenças entre escolas brancas e negras” chama a atenção para a disparidade existente entre as escolas, levando em consideração a cor da maioria dos alunos. A análise se baseou em dados do Censo Escolar de Educação Básica e no Índice de Nível Socioeconômico (Inse) referentes ao ano de 2021.
Os resultados revelaram que a desigualdade vai além da infraestrutura física das escolas, refletindo também no nível socioeconômico dos estudantes. Enquanto 75% das escolas com maioria de alunos negros se encontram nos níveis 3 e 4 do Inse, alunos de níveis sociais mais altos (5 e 6) estão presentes em 88% das escolas de maioria branca.
O estudo apontou que, em escolas onde a maioria dos alunos se enquadram no nível socioeconômico mais baixo, a falta de recursos básicos como coleta de lixo, rede de esgoto e acesso à água potável é uma realidade. Por outro lado, nas escolas com alunos de níveis mais altos, mais de 70% delas possuem biblioteca, laboratório de informática e quadra de esportes.
A analista de pesquisa do Observatório da Branquitude, Nayara Melo, ressaltou a importância de se abordar essa desigualdade desde o início da educação das crianças, destacando que o financiamento das escolas, tanto municipais quanto federais, é fundamental para mitigar essa disparidade. A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas mais efetivas para promover a igualdade de oportunidades no sistema educacional do país.