Segundo informações da PF, os corpos serão temporariamente sepultados em Belém até que as identidades sejam estabelecidas e as famílias das vítimas possam ser comunicadas formalmente. A suspeita principal é de que as vítimas tenham vindo da África em direção às Ilhas Canárias, na Espanha, em uma rota migratória para entrada no continente europeu.
O órgão destacou que a migração de pessoas dos países africanos é uma questão humanitária que conta com milhares de desaparecidos, o que dificulta a estimativa de prazo para a identificação dos corpos. A PF afirmou estar empenhada em estabelecer a identidade das vítimas no menor tempo possível.
O trabalho de perícia envolve mais de 30 pessoas em um trabalho multidisciplinar, seguindo o padrão de identificação de vítimas de desastres da Interpol. Diversos exames estão sendo realizados, como radiológico, exame de vestes, documentos, exame médico-legal, odontolegal, entre outros.
Além disso, os peritos examinaram a embarcação e todos os pertences, vestes e objetos encontrados em seu interior. Foram localizadas 25 capas de chuva, diversos objetos e 27 telefones celulares, que foram encaminhados para exames periciais.
As informações obtidas a partir dos celulares, chips e cartões de memória serão utilizadas em conjunto com a cooperação internacional para tentar identificar os ocupantes da embarcação. A PF ressaltou a importância da colaboração de organismos internacionais nesse processo de identificação.