Segundo a professora da Universidade de Reading, na Inglaterra, as enchentes de primavera na Rússia e no norte do Cazaquistão são recorrentes, com registros graves nos anos de 1922, 1942 e 1957. Ela ressalta a importância de não se estabelecer uma tendência clara de aumento na frequência desses eventos nessas áreas. Metade das enchentes é causada pelo derretimento da neve, enquanto um terço é resultado de chuvas intensas.
Apesar disso, os moradores dessas regiões sofrem as consequências das enchentes, que são agravadas pelo fator humano. Na Rússia, a polêmica em torno do rompimento de uma barragem em Orsk, localidade com 220.000 habitantes nos Urais, coloca em evidência a responsabilidade das autoridades locais na gestão dos recursos hídricos.
A questão das barragens torna-se crucial nesse cenário, pois, embora elas tenham a função de proteger as áreas ribeirinhas, também podem contribuir para o aumento dos níveis de água ao estreitar os rios. A negligência e as violações das normas de segurança levaram a abertura de investigações e a questionamentos sobre o planejamento urbano em áreas vulneráveis.
Em meio a tantas incertezas, a população local clama por respostas e medidas efetivas para prevenir novas tragédias. A combinação de fatores naturais e a intervenção humana evidenciam a fragilidade das regiões fronteiriças da Rússia e do Cazaquistão diante das mudanças climáticas e do desenvolvimento desordenado. A busca por soluções sustentáveis e responsáveis se faz urgente diante da iminência de novos desastres.