Indígena Macuxi de Roraima supera desafios para cursar tecnologia em empreendedorismo a distância e conquista estágio na área.

A jovem indígena Macuxi, Roberta de Lima, de 21 anos, decidiu ingressar em um curso a distância de tecnologia em empreendedorismo e considera que fez uma boa escolha. Ela iniciou os estudos durante a pandemia da Covid-19, quando as universidades paralisaram suas atividades presenciais, e optou pelo ensino remoto devido à falta de instituições de ensino nos arredores de sua comunidade, localizada no interior de Roraima.

Roberta conta que, após se matricular na UniCesumar, instituição vinculada à mantenedora Vitru Educação, sua vida mudou. Atualmente, ela vive em Boa Vista e está prestes a concluir o curso. Além disso, conquistou um estágio no polo de ensino a distância da própria união, o que lhe garante uma renda e novas oportunidades.

O polo de ensino a distância é responsável por oferecer suporte aos estudantes matriculados nesse tipo de curso, fornecendo aulas eventuais, atividades avaliativas presenciais e auxílio técnico e pedagógico. Roberta destaca a importância do ensino superior em sua vida, que abriu portas para novas possibilidades. Ela sonha em conseguir um emprego de carteira assinada e, futuramente, abrir o próprio negócio.

A demanda por mais cursos a distância tem crescido significativamente no Brasil, conforme dados do Censo da Educação Superior 2022. De acordo com as estatísticas, o número de estudantes de graduação no país tem aumentado, e a modalidade a distância tem registrado uma expansão considerável. No entanto, questões relacionadas à qualidade do ensino nessa modalidade têm gerado preocupações.

O Ministério da Educação (MEC) tem sinalizado a intenção de reavaliar o marco regulatório do ensino a distância no Brasil, com foco especial nos cursos de licenciaturas. A expectativa é impor um mínimo obrigatório de atividades presenciais nesses cursos, visando melhorar a qualidade do ensino. A medida visa aprimorar os resultados dos cursos, conforme observado em avaliações como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

Apesar das preocupações com a qualidade do ensino a distância, a modalidade tem se mostrado fundamental para a inclusão educacional de diversos públicos, incluindo os indígenas. A flexibilidade e a praticidade desse formato de ensino têm permitido que essas comunidades, muitas vezes distantes de centros urbanos, tenham acesso à educação superior.

O perfil dos estudantes indígenas que optam pelos cursos a distância reflete a diversidade do público dessa modalidade. A maioria dos alunos indígenas demonstra comprometimento com os estudos, buscando adquirir conhecimento para retornar às suas comunidades e contribuir para o desenvolvimento local. A inclusão desses estudantes no ensino superior a distância representa um passo importante para a democratização do acesso à educação no país.

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